Uma das práticas esportivas que mais crescem, o muaythai vem ganhando cada vez mais adpetos ao redor do mundo, entre todas as idades. Recentemente, a Federação Internacional de Muay Thai (IFMA) criou uma nova categoria para competições, para crianças e adolescentes entre 8 e 15 anos. A novidade, porém, apresenta especificações e critérios que dão segurança e respeitam a faixa etária na inserção desses novos atletas.

Juliana Leite é arbitra e a única brasileira no IFMA. Com rodagem nacional e internacional, a profissional apoia a criação das novas categorias como parte importante no trabalho de formação.

“Todo o trabalho da IFMA é dedicado ao desenvolvimento do atleta. Como uma federação internacional reconhecida pelo Comitê Olímpico Internacional, eles entendem que isso só pode ser bem sucedido se iniciar pelo trabalho de base. E pensando nesse desenvolvimento, eles criaram as categorias júnior, que inicia oficialmente aos 10 anos, com regras especiais de competição que vão além de apenas proporcionar segurança ao atleta no início de sua carreira, mas também uma boa experiência lutando muaythai, se divertindo. As programações de todos os Campeonatos Mundiais Júnior são voltadas para a educação, diversão, troca cultural, esportiva e social entre atletas, para que eles sejam campeões além dos ringues”, afirma.

Sobre as regras e adequações para as novas categorias, Juliana reforça que todas as medidas são pensadas na segurança dos jovens e adolescentes. Entre uma categoria e outra, ajustes são feitos, como em durações de rounds e permissões para determinados golpes.

“Crianças de 10 e 11 anos competem com tempo de rounds reduzidos e nenhum golpe na cabeça é permitido. Já os adolescentes de 12 e 13 anos também têm tempo reduzido nos rounds, mas apenas alguns golpes, de menos impacto, são permitidos na cabeça, para que a integridade física desses atletas esteja totalmente assegurada na competição e sem riscos de danos colaterais no futuro. Inclusive, é por este motivo que a IFMA investe em formar árbitros altamente qualificados para garantir a segurança desses atletas em todos os âmbitos da competição”, ressalta.

NO PARÁ

As recomendações e novas instruções da Federação Internacional estão sendo executadas no Pará. A FMTTEPA (Federação de Muaythai Tradicional do Estado do Pará) está acompanhando e trabalhando em conjunto com as academias para inserir as novas categorias.

O presidente da FMTTEPA, Agnaldo Silva, faz um paralelo com outros esportes para incentivar que os pequenos competidores iniciem no mundo do muaythai, sem esquecer o lado educacional.

“Assim como no futebol, que tem um trabalho de base muito forte, nós acreditamos que a federação tem que trabalhar juntamente com as academias em formar esses atletas, começando pelos juniores, pelas crianças, a base de tudo. Quando você introduz os atletas dessa nova modalidade, de 8, 9 anos, já é um norte para você fazer esse trabalho de base. Hoje, a IFMA tem 127 categorias para juniores e só 50 para adulto. O investimento nas crianças é muito alto. A formação é a base de tudo. A federação vem trabalhando muito forte para organizar nas academias a formação desses atletas e na parte educacional das crianças”, salienta.

Para os pais, Agnaldo endossa o discurso educativo e de disciplina inerentes à prática esportiva, particularmente do muaythai. O presidente da federação paraense faz um convite aos responsáveis para que se sintam confortáveis nos primeiros passos dos filhos.

“Que os pais não fiquem na dúvida se a criança está aprendendo as técnicas ou indo para o treino só para brigar. Quando a criança aprende lutas, já sabe que lutar não é brigar, lutar é competir”, finaliza.